domingo, 16 de outubro de 2016

Frio

Com um gelo ácido
Com um áspero friamente calculado
Limitou meu calor, a sua razão.
Cobriu de cal as brechas
Tampou de cimento os ouvidos
Os olhos, a boca, as narinas
O meu sexo.
Só poupou a pele que ficou sentindo as ranhuras do teu discernimento
Só poupou o tato pra sentir a sua temperatura ártica
Sentir o teu peso morto que vai arrastando
 Vai arrastando pesado
Até eu parar na cama imóvel.
A cama o tato o frio o peso e eu parada.
A dor cortando por dentro e por fora é imóvel.
Meu corpo pesado e eu parada.
Só as lágrimas revelam a delicada dinâmica do âmago