Cada minuto que
passa
Se estende por uma
ansiedade
que estrangula em
alegria
E deságua no
silêncio compreensivo
Da lamentação da
espera
Parece-me que todo o
céu
Que todo som da
cidade
que toda a luz
E que todo silêncio
desta casa vazia
Aguardam por ti
E vivem em função da
tua chegada.
Permaneço na
simultaneidade
Do meu estado de
graça
pelo milagre porvir
E da melancolia
sábia
pela meditação da
espera
Tornei-me
sacerdotisa
Admitindo a
felicidade apesar da tua ausência
Resignando-me à falta lânguida de não te tocar
Por essa longa tarde
desocupada
Que é a vida inteira
Só pela esperança da
aparência de teus olhos.
Componho-me
espiritualmente pela crença
da tua milagrosa
chegada